Não passa pela cabeça de nenhum de nós decidir o que vestir de manhã sem saber as condições do tempo, para onde vamos, o que vamos fazer. Para tomar a DECISÃO do que vestir recolhemos dezenas de informações de modo que essa decisão seja a melhor.

O mesmo se passa na estrada que escolhemos para ir do ponto A ao ponto B, onde vamos jantar, o que vamos fazer no fim-de-semana, etc., etc.

Em suma, em tudo na nossa vida, antes de tomar uma decisão recolhemos informações que sustente essa decisão de modo que seja a melhor possível.

E fazemos muito bem e é por isso que, na maior parte das vezes, as coisas nos correm bem.

Pensem um pouco: quando tiveram reveses na vossa vida pessoal foi ou não por não terem informação suficiente para tomar a melhor decisão?

É próximo disto: “Se soubesses o que sabes hoje sobre o teu/ a tua parceira(o) tinhas começado a relação?” (alguns felizardos respondem que sim…)

E se é assim na vida pessoal também é assim nos negócios.

Também antes de fazer um negócio fazemos uns telefonemas, umas pesquisas no google, procuramos referências do cliente.

Também avaliamos a nossa capacidade interna de cumprir os requisitos da operação.

Mas, temos de convir e de assumir: a recolha de informação para a concretização de um negócio é uma fase a que se dedica pouco tempo, pouca atenção e pouco profissionalismo.

Confiamos muito no instinto, na perceção que temos do ambiente empresarial e comercial, no que “está a dar” e, tantas e tantas vezes, nos deixamos entusiasmar por mais uma conquista, por mais um objetivo alcançado, por mais um negócio fechado.

E nada de errado nisso!

Até há muito pouco tempo essa “perceção” quase instintiva dos mercados e dos negócios resultava na esmagadora maioria das vezes e houve toda uma geração de empresários e gestores que fizeram carreira e atingiram o sucesso por esse modo.

Mas, desculpem o lugar-comum: os tempos mudaram.

Os negócios deixaram de ser feitos em “mercados” para passarem a ser globais, muitas vezes envolvendo vários intervenientes, alguns deles em culturas, contextos e circunstâncias que não conhecemos, não dominamos, não conseguimos prever.

Quando iniciam o processo de internacionalização, nem sempre as organizações têm as ferramentas e suporte necessários para identificar e quantificar o impacto dos riscos associados ao processo, especialmente aquelas de menor dimensão.

Além de permitir minimizar o impacto dos riscos na empresa, o conhecimento resultante destas análises poderá representar uma fonte valiosa de conhecimento, que poderá ser utilizada pela empresa e tornar-se numa vantagem competitiva.

A velocidade a que se realizam esses negócios também se alterou completamente. Com as tecnologias da comunicação e da informação cada vez mais velozes, eficientes e otimizadas todo o processo negocial, independentemente da sua natureza e dimensão financeira, pode decorrer em poucos dias, até em horas ou mesmo minutos.

Desde a “chegada” do negócio ao mercado até à apresentação da proposta, o Pitch, incluindo neste processo a avaliação da operação, a capacidade de a concretizar, custos, lucros…. E quando o negócio é em mercados que desconhecemos, não sabemos nada sobre direitos alfandegários, taxas aduaneiras, autorizações, licenças, burocracias… e tudo tem de ser efetuado em muito, mas muito pouco tempo e, como bem sabem, com a pressão constante da concorrência conseguir antecipar-se e todo aquele esforço, trabalho, toda aquela “loucura” ter sido para nada…

Todos já passamos por isso!

Por isso temos de chegar à conclusão de que no contexto atual de quem se move e quer ser bem sucedido nos Mercados Internacionais a nossa capacidade individual de análise, o nosso feeling foi largamente ultrapassado pela complexidade, velocidade, globalidade e competitividade em que tudo se desenrola.

A comunidade empresarial, recorrendo à união, ao associativismo (como é o caso da AEP e deste projeto BOW), à cooperação tem de começar a equacionar a criação de estruturas e mecanismos que, num curto espaço de tempo e com grande fiabilidade forneça, a todo o momento, informação de suporte à decisão para que, com uma simples “passagem de olhos” pelo ecrã consigamos saber o que importa saber sobre determinado mercado, determinado cliente, determinado contexto e, assim, suportado em informações sólidas, podermos tomar uma decisão fundamentada diminuindo o risco e a possibilidade de prejuízo e aumentando, por sua vez, a possibilidade de sucesso e de proveitos.

Mas não é uma informação geral e generalista de empresas de cotação ou de Ratings, informação essa muito focada na componente económico-financeira e que, sendo produzida para todos, acaba por ser útil a quase ninguém. Vimos bem, no passado recente, onde pode conduzir essa informação…

Precisamos de informação produzida para o nosso mercado, para os nossos empresários e para os nossos gestores, para a nossa realidade, que tenha em consideração as forças e as fraquezas do tecido empresarial português, das nossas características, do nosso modo de ser e estar nos negócios.

Fica a reflexão, fica a ideia, fica o desafio, mas, principalmente, fica a certeza de que, cada vez mais, a Informação é Poder e quem melhor informação tiver no mais curto tempo possível está capaz de melhor decidir e assim atingir a vitória e o sucesso.

Informe-se ou procure quem o possa ajudar no caminho antes de decidir!

 

Autores: Rui Costa e Silva / José Carlos Pereira