Artigo publicado originalmente na Revista BOW 2019

Autoria KPMG

O desafio da Internacionalização do sector Empresarial nacional é uma necessidade para garantir a sua viabilidade económico-financeiro.

A reduzida dimensão do mercado interno, a crescente globalização e extensão das redes produtivas e logísticas faz com que qualquer decisão estratégica tomada pelas empresas tenha de ser efectuada com o adequado conhecimento sobre os mercados que as rodeiam e em que se integram.

Consciente deste desafio, e num paradigma de apoio às PME nacionais, a AEP visou criar uma ferramenta que as apoie no desenvolvimento do seu processo de internacionalização – Web International Toolkit (WIT), com foco nos Canais Digitais, contando para tal com o apoio da KPMG.

O WIT pretende ser uma ferramenta simples e de utilização autónoma, que providencie às PME que a utilizem 1) a avaliação da atractividade de um país para o sector em que operam, e 2) linhas orientadoras com o seu posicionamento alvo e as acções chave a desenvolver (de acordo com a sua maturidade nas dimensões de análise).

Neste contexto, o WIT compreende três passos sequenciais com vista a garantir a correcta tomada de decisão, através da 1) Avaliação do Potencial de Mercado, 2) Autodiagnóstico da Maturidade da Empresa, e 3) Recomendação face ao ponto de partida.

Figura 1. Etapas do WIT de suporte à tomada de decisão sobre o processo de Internacionalização

O processo inicia-se com a Avaliação do potencial do mercado, numa perspectiva Geográfica (mercados-alvo) e Sectorial (conjunto de sectores e subsectores económicos):

  • Foram seleccionados 10 países integrantes do WIT, considerando a representatividade actual e o potencial de crescimento/dinamização: EUA, Angola, Brasil, China, Japão, Canadá, Rússia, México, Arábia Saudita e EAU.
  • Foram seleccionados quatro sectores estratégicos considerando a actual representatividade nas Exportações de Portugal: Agro-Alimentar, Automóvel, Materiais de Construção e Casa e Decoração, subdivididos em 16 subsectores.

Deste modo, resultará a Avaliação do Potencial dos países-alvo para o sector seleccionado, com base nos critérios Valor absoluto das importações, Peso das Importações do sector, Ambiente de Negócios (facilidade de negócio) e Riscos relevantes para a operação.

Posteriormente, as empresas efectuam um autodiagnóstico da maturidade da sua operação, em linha com os factores críticos de sucesso numa óptica de economia digital, através de cinco dimensões chave:

  1. Investigação e Desenvolvimento: Crucial para a diferenciação do produto, adaptação a novos mercados e paradigmas de procura, desenvolvimento de produto em conjunto com os clientes, e diversificação do risco e sustentabilidade futura (ex: Quantificação do nº de Patentes e Projectos em Desenvolvimento).
  2. Marketing & Branding: É essencial na captação de valor, na geração de maior independência face aos canais de distribuição, e na captação e fidelização de um público e segmento-alvo.
  3. Logística: É um factor crítico de sucesso e competitividade, nomeadamente numa óptica de flexibilidade, rapidez e eficiência (destaca-se o desafio actual de Logística Inversa no mercado B2C).
  4. Customer Focus: De acordo com um estudo recente da KPMG, (“Customer Experience Excellence Report 2018”), o pilar de Customer Excellence mais valorizado é a Personalização, potenciada pelo foco no Cliente (seja o negócio B2B ou B2C).
  5. Maturidade Digital: A elevada maturidade digital transversal às funções de toda a Cadeia potencia a Geração de Valor, permitindo uma compreensão detalhada crescente do negócio, dos actuais Clientes e de potenciais mercados futuros (Data Analytics).

Figura 2. Vectores e Subvectores de Análise do WEB INTERNATIONAL TOOLKIT

Como resultado desta acção, será identificada a maturidade mínima necessária que garanta competitividade nos Países-Alvo, para mitigar este gap entre a situação presente e a necessária para endereçar o mercado alvo, sendo definidos os movimentos e recomendações necessários.

O processo de internacionalização fica assim assente numa ferramenta fácil e intuitiva de suporte à tomada de decisão, que permite desafiar o status-quo interno e dar passos adicionais no caminho da excelência operacional.