Atualmente, o acesso a recursos financeiros condiciona fortemente a capacidade de internacionalização das empresas, quer em Portugal, quer no estrangeiro. Uma solução para esta condicionante poderá passar pela abertura do capital das empresas, de forma que tal possibilite um percurso de internacionalização mais estruturado e seguro.
Se analisarmos cada uma das etapas da internacionalização, concluí-se que esse é um processo dispendioso, que acarreta consigo custos consideráveis: análise de mercados, contatos com possíveis distribuidores locais, promoção da imagem dos produtos e serviços, preparação logística e de exportação e o desenvolvimento da atividade exportadora exigem, por si só, recursos financeiros que não podem ser relegados para segundo plano.
Embora as empresas tenham à sua disposição apoios financeiros para a internacionalização, nomeadamente ao nível da promoção da sua imagem e pesquisa em mercados externos, não é de todo aconselhável que a empresa descure a procura e angariação de recursos financeiros que permitam a realização deste trabalho de uma forma mais autónoma e mais intensificada, complementando o financiamento público.
(…) as empresas precisam de ter fôlego financeiro para investir e não “dar um passo maior do que a perna”, quando decidem aventurar-se em mercados externos.
Se tivermos em consideração que os apoios públicos não versam a criação de redes de distribuição no estrangeiro, as exigências financeiras tornam-se ainda maiores quando existe a necessidade de se realizarem investimento diretos. Determinadas operações de investimento, como algumas necessárias para a aquisição de empresas no estrangeiro, acarretam consigo pesadas responsabilidades financeiras, que inclusivamente podem colocar em risco o posterior desenvolvimento da própria empresa.
Numa outra perspetiva, a restrição financeira pode ser atenuada, caso as empresas optem por uma abordagem cooperativa, através de joint-ventures e/ou formas contratuais de internacionalização (nomeadamente o licenciamento e o franchising). Uma joint venture é um acordo comercial no qual duas ou mais partes concordam em reunir os seus recursos financeiros com a finalidade de realização de um projeto empresarial específico. Geralmente nas joint ventures, cada um dos participantes é responsável pelos lucros, perdas e custos associados a estas.
Nestes últimos casos, os riscos inerentes às operações de investimento são maioritariamente assumidos pelo parceiro, não deixando, porém, estas formas de apresentarem as suas limitações, nomeadamente em termos de condições de utilização. As joint-ventures poderão, assim, ser uma forma interessante de partilhar os riscos de investimento, assim como os seus custos.
Desta forma, as condicionantes financeiras não deverão ser esquecidas pelas empresas, especialmente em períodos de crise económica, onde o acesso ao crédito também é dificultado.
Resumo de Ferramentas de Apoio à Internacionalização
A economia portuguesa tem vindo a internacionalizar-se de forma crescente nas décadas recentes, com uma forte aceleração do processo nos últimos anos. Face a este enquadramento, caracterizado pela interdependência das economias, pela globalização dos mercados e pela mundialização da concorrência, a internacionalização é uma inevitabilidade, obrigando as empresas a adotar estratégias que assegurem a sua competitividade num mercado alargado e lhes permitam ganhos na cadeia de valor dos produtos. Exportar é uma forma de reduzir a dependência das pequenas e médias empresas (PME) em relação aos mercados domésticos, o que reforça a sua competitividade e potencia a sua sustentabilidade a longo prazo. O crescimento do comércio mundial é uma oportunidade para o contínuo aumento das exportações portuguesas, fator decisivo para o crescimento económico do país.
A economia portuguesa tem vindo a internacionalizar-se de forma crescente nas décadas recentes, com uma forte aceleração do processo nos últimos anos.
Através da rede externa do Ministério dos Negócios Estrangeiros e da AICEP Portugal, sempre em coordenação, o Estado português prossegue uma estratégia ativa de internacionalização, apoiando as empresas nacionais no estrangeiro e fomentando o investimento estrangeiro em Portugal. Tal é feito através de uma multiplicidade de meios, seja através da negociação de acordos e convenções na área económica, comercial e fiscal, seja através da promoção da imagem do nosso país e dos nossos produtos no exterior, seja ainda através da criação de redes que impulsionem os nossos interesses.
Neste artigo valoriza-se particularmente o papel das comunidades portuguesas na promoção de laços de confiança e de relações comerciais entre Portugal e os seus países de residência, bem como no tocante ao investimento em território nacional. A presença e dimensão da língua portuguesa em todos os continentes é também um fator de aproximação de culturas, contribuindo para a internacionalização, e para uma integração das economias lusófonas, que deve ser promovida e encorajada.
A par de todas as questões que devem ser ponderadas num processo de internacionalização da sua empresa (sugere-se a visita a muitos dos artigos aqui no blog do BOW) – mercados alvo, forma de investimento, parceiros de negócio no destino, entre muitas outras – o tipo de financiamento utilizado é um dos temas que ganha maior destaque. Desde logo porque as empresas precisam de ter fôlego financeiro para investir e não “dar um passo maior do que a perna”, quando decidem aventurar-se em mercados externos.
Tendo em conta que muitas empresas, sobretudo PME, ainda desconhecem que tipo de ajudas existem para quem quer internacionalizar os seus negócios, a AICEP criou o “Guia Prático – Apoios Financeiros à Internacionalização” com o objetivo de informar as empresas sobre os instrumentos e ferramentas de financiamento ao seu dispor, assim como incentivos à promoção externa dos seus produtos e serviços.
De seguida, e num formato telegráfico, dá-se a conhecer alguns dos principais apoios à internacionalização destacados pela AICEP:
- Quadro de Referência Estratégico Nacional – 2014-2020 (consultar Portaria n.º 57-A/2015, de 27 de fevereiro) – Portugal2020 e Compete2020
- Ações a Financiar no Apoio Direto à Internacionalização das PME – Apoio a ações coletivas; Apoio a Ações Individuais – SI Internacionalização; Apoio a Ações Simplificadas de Internacionalização – Vale Internacionalização
- Ações complementares – Apoios à qualificação das PME; linhas de crédito (Caixa2020); Seguros de crédito à exportação (COSEC); Seguros de Crédito à Exportação com Garantia do Estado; Seguros de Investimento Português no Estrangeiro; Convenções e linhas de crédito por região económica; Garantia Mútua; Capital de Risco / SCR’s (Sociedades de Capital de Risco); Financiamentos, Garantias, Capital de Risco, etc. / SOFID, S.A.; Financiamentos Multilaterais
Os instrumentos de financiamento são muitos e há uns mais ajustados que outros ao seu modelo ou maturidade de expansão internacional – o que se sugere é consultar para mais informações este documento da Aicep Portugal Global – Apoio Financeiros à Internacionalização. Descarregar aqui
Autor: Equipa de conteúdos do BLOG do BOW @05,2019