Grande parte das estratégias de internacionalização envolvem situações de colaboração e cooperação entre empresas.

Sejam elas nacionais na origem como também no destino da operação. Se uma joint venture ou um consórcio são exemplos típicos, também não deixa de ser verdade que licenças de exploração de marcas e patentes, acordos de franchising e mesmo os casos de subcontratação internacional poderão conter, em maior ou menor grau, formas de cooperação empresarial.

E estarão as empresas portuguesas preparadas para uma realidade de cooperação e alianças? Ou mesmo de cooperação em alguns mercados e competição noutros com os mesmos parceiros de colaboração?

Será que faz sentido continuar a competir e a destruir valor nas nossas empresas? não olhando para toda a cadeia de abastecimento e tentando encontrar novas soluções de subcontratação e de sourcing de matérias primas e subsidiárias.

Não fará mais sentido pensar em “COOPETIR” em vez de insistir num modelo tradicional e de quase uma guerra de competição desmedida entre concorrentes? Por “COOPETIÇÃO” devemos entender a cooperação entre empresas do mesmo sector com vista a alcançarem um mesmo objetivo ou resultado, sem que para isso tenham de deixar de concorrer entre si. Num formato simplificado, aproveita-se o que há de melhor em cada uma, criando sinergias e uma soma de partes para uma finalidade comum.

Há que mudar o “mindset” da competição tradicional em que maioria das empresas se encontra ancorada. É preciso vislumbrar oportunidades em vez de ameaças. A quantidade de possibilidades que se abrem é verdadeiramente grande. Em que o resultado final é bem superior à soma das partes!

A economia portuguesa tem características que tornam a cooperação e alianças entre empresas uma estratégia com particular interesse. Mas com muita dificuldade de levar à prática. Pois fala-se de associativismo e cooperação, mas praticamos muito pouco quando comparado a outras nações.

Debilidades ou fraquezas da falta de cooperação na realidade das PME’s portuguesas – pequena dimensão da maioria das empresas; escassez de quadros médios e superiores; insuficiência organizacional de muitas empresas; falta de cultura empresarial; subcapitalizaçäo de alguns sectores.

Principais resultados que podem advir das alianças e da “coopetição” – reforço de quotas de mercado; penetração em novos segmentos de mercado e/ou áreas geográficas; aquisição de novas tecnologias que propiciem uma redução de custos, reforço da qualidade e/ou aumento da capacidade de resposta; produção e comercialização de novos produtos resultantes, nomeadamente, de um esforço conjunto de ID; integração vertical quer a montante quer a jusante entre competidores.

É importante deixar registado que não se pretende afirmar com este artigo que a cooperação (ou mesmo a “coopetição”) entre empresas sejam uma solução milagrosa para os problemas estruturais da economia portuguesa, onde estamos permanentemente a falar da falta de competitividade e de produtividade.

Será que faz sentido andar em permanência a competir com os nossos concorrentes? quando poderíamos estar a partilhar experiência e a criar escala para atingir grandes compradores internacionais. E as aprendizagens que podem dai resultar?

“Há um provérbio africano que nos diz – se queres ir rápido vai sozinho, se queres ir longe vai acompanhado”

Autor: Equipa de conteúdos do BLOG do BOW @06,2020