Todas as empresas devem definir uma política de gestão de risco que proteja os seus activos e a sustentabilidade e continuidade do seu negócio, qualquer que seja a sua dimensão ou âmbito geográfico – é uma obrigação e não uma necessidade, e recomendamos que o assunto seja tratado e assessorado por especialistas, quando não temos essa competência “dentro de portas”.

O crescimento através de uma internacionalização com sucesso implica que as empresas estejam dotadas de conhecimento sobre os mercados externos e ferramentas que lhes permitam aceder a competências determinantes para o seu êxito em matéria de comércio internacional. Logo, sendo um dos objetivos deste artigo, é muito importante (e muitas vezes negligenciado) conhecer e avaliar os riscos específicos que a aposta nos vários mercados obriga, de forma a conceber planos que permitam mitigá-los ou transferi-los.

O estudo e gestão dos vários riscos a que uma empresa se encontra exposta deverá fazer parte da sua estratégia, antecedendo, por exemplo, a decisão de iniciar um possível processo de investimento, exportação ou internacionalização.

No caso das empresas exportadoras e internacionalizadas, a complexidade da análise é elevada e deverá ser acautelada uma política transversal a todos os mercados – coerente e controlada. No entanto, cada mercado acarreta diferentes desafios, decorrentes de um ambiente económico, social, legal (e regulatório) e político.

As empresas exportadoras enfrentam riscos de fluxo de pagamentos, crédito, cambial, responsabilidade civil, produto, riscos associados às viagens efectuadas pelos colaboradores (ou aos expatriados), continuidade de negócio, distribuição de produtos, cyber risks, proteção da marca e reputação, entre outros.

Como sugestão por que não fazer um simples mapa com os principais mercado a mercado? E ponderar sobre a criticidade de cada risco, apresentando uma medida de mitigação nos mais críticos (com maior probabilidade de acontecerem).

Quantos maiores forem os Custos da Internacionalização de uma empresa, mais dificuldade terá essa empresa em se internacionalizar

Outros custos e riscos que normalmente as PME’s também enfrentam são: ultrapassar barreiras à entrada; as capacidades e a versatilidade dos recursos da empresa são postos à prova, o que pode eventualmente exceder a sua capacidade; dispersão de esforços e recursos por várias localizações, diminuindo o potencial de liderança em qualquer mercado; facilidade do acesso  às  tecnologias  e  aos  produtos  da  empresa  por potenciais concorrentes estrangeiros (ver figura abaixo com os 10 principais riscos globais).

Pode também fazer sentido colocar estas questões ao seu negócio:

  • Como gerir o risco das operações internacionais e estar confiante de que os gestores em cada país estão a cumprir com a legislação local e as próprias normas da empresa?
  • Qual a combinação ideal de gestão global e gestão local de riscos e respectiva transferência dos
    mesmos riscos?
  • Como manter-se conhecedor relativamente às actualizações legislativas em todos os países
    onde opera?
  • Como adicionar valor ao seu negócio transformando o risco numa oportunidade?
  • Como obter a estrutura ideal para o seu programa global de riscos e seguros, maximizando a cobertura
    e minimizando o preço?

No caso das empresas internacionalizadas, o nível de investimento em activos pessoais e patrimoniais é maior, acrescendo ao nível de risco que enfrentam como referido anteriormente. Os mercados externos podem apresentar muitas oportunidades de negócio, no entanto, a salvaguarda dos bens das empresas exportadoras e internacionalizadas e da sua reputação terá de ser assegurada, sob pena de ameaçar a continuidade da sua actividade.

O processo de internacionalização exige geralmente um investimento elevado, tanto ao nível dos recursos financeiros como dos recursos humanos envolvidos. As empresas passam a ter uma maior exposição, o que faz com que tenham de delinear estratégias de internacionalização e de gestão do risco cuidadas, continuadas e consistentes, de forma a evitarem falhas no processo que possam comprometer o futuro da própria empresa.

Quanto maiores forem os Riscos  de  um  futuro  processo  de internacionalização, mais ponderado deverá ser esse processo.

Para finalizar, outra das formas, talvez a mais criativa e interessante de minorar os custos e riscos do investimento no exterior, pode também consistir no estabelecimento de parcerias com outras empresas portuguesas que podem partilhar a sua experiência, infraestruturas e outros recursos em alguns mercados alvo.

Autor: Equipa de conteúdos do BLOG do BOW @12,2019