“Hoje é a sua oportunidade de construir o amanhã que deseja” (Ken Poirot)
Muitos de nós ainda se lembra dos tempos em que os negócios eram feitos por telefone, com envio de faxes, em que as respostas a uma proposta podia demorar dias, mesmo semanas, em que tudo demorava o seu tempo especialmente nos negócios internacionais.
Hoje já nada é assim: as tecnologias da informação e da comunicação transformaram o mundo num mercado global, aumentando, em muito, as oportunidades de negócio, mas, por consequência aumentando muito a concorrência.
Nos processos de expansão externa e de internacionalização se todo o mundo se tornou o mercado, também todo o mundo se tornou concorrência.
E se a tendência da globalização era já uma certeza, com a Pandemia do Covid-19, e todos os processos a que esta nos obrigou para manter os mercados ativos, esta “globalização digital” teve uma aceleração vertiginosa. Reuniões zoom, feiras comerciais digitais, métodos de transação, mesmo logísticos… tudo passou a ser mais digital e também mais rápido.
Os Estados acompanharam esta “aceleração” tornando mais ágeis os processos legais, alfandegários e aduaneiros, derrubando fronteiras, facilitando as dinâmicas negociais e incentivando a internacionalização e a expansão global do seu tecido empresarial.
Os mercados também foram profundamente alterados: a compra on-line tornou-se usual, o contacto com o produtos/serviços é feita pelas redes sociais, tudo é digital e desde os canais de compra e venda até aos processos logísticos, tudo se tornou mais ágil. Hoje pode-se comprar em Singapura azeite português que chegará à mesa oriental em menos de uma semana.
Tudo isto representa um enorme conjunto de oportunidades, mas também um enorme conjunto de desafios.
O principal desafio é, na opinião quase generalizada, a postura que se tem perante os negócios e perante os processos de internacionalização. As nossas empresas têm de deixar de ser reativas para passar a ser pró-ativas.
Os negócios de hoje fizeram-se ontem, o que hoje “está a dar” é porque “já deu”, e o que devemos estar a produzir e a comercializar hoje é aquilo que será tendência amanhã.
Temos, atualmente, de estar a pesquisar, a analisar e a desenvolver quais serão as tendência do amanhã, a antever as necessidades e tendências, a procurar mercados e nichos não explorados, a antever e identificar públicos-alvo e as suas necessidades, vontades, impulsos.
Já não podemos, como antes, esperar para ver qual a nova tendência e “ir com ela”. Temos de estar com tudo pronto para quando a tendência chegar a poder “surfar” quando e onde ela aparecer.
E como se faz isso?
Vai-se criar “bolas de cristal” para aplicar a processos de expansão global e de internacionalização? Quase.
As empresas, seja de que área for, tem, definitiva e seriamente, de desenvolver sistemas e processos profissionais de recolha e gestão de informação, mantendo sempre, “sob vigilância” os vários sectores da sociedade, as várias necessidades do mercado, as diferentes evoluções de mentalidades, hábitos e costumes.
Embora sejam muito mais rápidos, quase nenhum processo humano coletivo é espontâneo, precisando de tempo para se estruturar, formar e, depois, revelar-se.
São precisamente os indicadores gerados nos processos de estruturação e formação das tendências dos mercados globais que é necessário saber identificar para desenvolver os produtos e serviços que se adequarão quando a “necessidade” de revelar.
A já chamada “Engenharia Humana” baseada na Inteligência Estratégica, já concebeu processos que são as próprias empresas a criar, no mercado, a necessidade que será colmatada pelos seus produtos. Desta forma as empresas têm de se saber posicionar neste novo modo de “comportamento” dos mercados, em especial os internacionais.
Porque, de facto, no comportamento nada mudou. Continuam a ser pessoas que comprar produtos/serviços para colmatar as suas necessidades e desejos baseados no que acham ser a melhor relação qualidade/preço. E todos os elementos desta definição devem continuar a ser tidos em consideração em todas as fases de geração de valor, desde a conceção à venda.
O que se alterou foi como o processo de desenvolve, como e a que velocidade evolui, como se estrutura e como consolida em vendas.
E é precisamente a adaptação a essa alteração dos comportamentos dos mercados, muitas vezes distintos e diversos, que temos de fazer em permanência. E somente com fluxos contínuos de informação rigorosa, focada e validada, resumida em instrumentos de apoio à decisão curtos, claros e concisos, conseguiremos manter o dinamismo e a proatividade que os mercados internacionais atualmente exigem.
Por isso a necessidade urgente das nossas empresas envolvidas em processos de internacionalização apostarem na formação e aquisição de quadros nas áreas da “Engenharia Humana”, “Inteligência Estratégica” e nos novos processos de venda centrados não tanto no produto, mas mais no comportamento humano através de técnicas que utilizam desde as Neurociências até à PNL (Programação Neurolinguística).
Ao contrário do que muitos afirmam, nós não precisamos de novas empresas, precisamos que as atuais pensem diferente, atuem diferente, se posicionem de modo diferente.
O grande Darwin dizia que a grande capacidade do Ser Humano não era a inteligência, mas a capacidade incrível de se adaptar.
Acho que devemos “fundir” a frase do grande cientista afirmando que, as nossas empresas têm de ter a inteligência de se adaptar constantemente aos mercados globais em constante mudança, porque, neste contexto, a inercia é impossível. Ou se avança ou se recua, ou se vence ou se é vencido, ou nos condenamos ao fracasso ou conquistamos o sucesso. Só depende de nós.
Porque o sucesso, esse, é muito mais do que um objetivo: é uma consequência.
Autor: equipa do blog do BOW