A Gestão de Risco é um tema crítico num processo de internacionalização, dai este conteúdo aqui no blog do BOW, devido à expansão da pegada internacional inerente ao processo, ao aumento dos stakeholders envolvidos, à complexificação da rede logística, entre outros fatores. 

Quando iniciam o processo de internacionalização, nem sempre as organizações têm as ferramentas e suporte necessários para identificar e quantificar o impacto dos riscos associados ao processo, especialmente aquelas de menor dimensão. 

Além de permitir minimizar o impacto dos riscos na empresa, o conhecimento resultante destas análises poderá representar uma fonte valiosa de conhecimento, que poderá ser utilizada pela empresa e tornar-se numa vantagem competitiva. 

Apesar da multiplicidade de modelos existentes, poderemos considerar uma estrutura simples de dois níveis de análise.

  1. Foco externo / mercado relacionados com efeitos adversos para as organizações, causados por fatores políticos, legais e económicos do mercado:
  • Flutuações cambiais com impactos nas margens/ businesscase efetuados
  • Complexidade das Políticas tributárias, Legislação aduaneira e de investimentos do país
  • Conflitos económicos, comerciais e políticos
  • Ameaças à proteção de propriedade intelectual
  • Desadequação à sociedade/ cultura/ mercado alvo, não prevista
  • Variações significativas do mercado em termos de procura
  • Intensificação da Concorrência ou desalinhamento face ao estimado inicialmente
  1. Foco interno / empresa relacionados com potenciais falhas das organizações ao nível da estratégia, de aspetos táticos e procedimentos adotados:
  • Desadequação da Liderança para suporte ao processo de internacionalização, e inerente promoção da cultura adequada na organização
  • Produto não compatível face às necessidades do mercado (ex: funcionalidades e preço)
  • Incompatibilidades/ dificuldades tecnológicas na internacionalização (ex: sistemas de suporte)
  • Conflitos/ incapacidade de resposta de fornecedores/ parceiros que suportam a internacionalização 
  • Exposição superior a ameaças de Cibersegurança

Num estudo efetuado pela KPMG, junto de um conjunto de empresas a nível internacional, identificou-se que existe uma gestão deficitária de risco das Cadeias de Abastecimento pelas empresas internacionais, mesmo aquelas de média/ elevada dimensão:

  • Apenas 13% possuíam uma visibilidade de toda a Cadeia de Abastecimento
  • Cerca de 50% classifica o seu nível de compreensão de temas de Risco & Compliance como “limitado a razoável”
  • 57% assumem dificuldades em compreender a exposição do negócio a riscos transversais
  • Apenas 44% possuem ferramentas de monitorização que permitem reporte de riscos em tempo real

Algumas sugestões que permitem gerir melhor o risco:

  • Implementação de mecanismos de Gestão Proativa do Risco vs Gestão Reativa
  • Otimização da performance via a implementação de mecanismos preditivos na Operação
  • Geração de mecanismos de avaliação de risco e apoio à decisão holísticos e transversais ao negócio (vs visão típica de silos)
  • Aumento da transparência ao longo da cadeia, aumentando a integração/ conectividade com fornecedores
  • Desenvolvimento de planos de gestão de risco e implementação de medidas de mitigação
  • Avaliação de risco vs performance de internalização vs outsourcing de funções principais e não principais
  • Geração de mecanismos de reporte automatizado, gerando informação atualizada e relevante

O nosso foco, aqui nos conteúdos do blog de partilha permanente, é indicar alguns caminhos e sugestões, depois cada uma das empresas/exportadores deve fazer o seu caminho com um plano e execução tempestiva!