“Se souberes o que o outro sabe, podes o que o outro pode!” (Lao Tzé)

Todas as nossas decisões e ações, são tomadas com base nas informações que nos são disponibilizadas. O nosso dia-a-dia segue, como tudo, uma lógica de causa-efeito.

Deste modo, boas informações geram boas ou más ações, mas más informações geram SEMPRE más decisões!

E quem melhores informações detém, melhores decisões está capaz de tomar! Isso aplica-se a nós, no comum e simples quotidiano. Mas também se aplica a Empresas, a Organizações, a Estados e Nações. Como todos sabemos a Era Industrial foi seguida pela Era da Informação e da Comunicação. De facto, os ativos das empresas deixaram de residir na matéria-prima e passaram a estar na informação detida.

Surgiram 2 termos novos: Know how e Knowledge flow

Com esta mudança ficamos cada vez mais e mais dependentes dos fluxos de informação e de conhecimento. Embora possamos dizer que, no passado, tudo se fazia sem os fluxos de informação que hoje temos, o facto é que hoje seria impossível vivermos sem eles.

A interrupção ou adulteração dos fluxos de informação que temos atualmente resultaria na paralisação da sociedade como a entendemos. Na mesma lógica, o domínio e controlo desses fluxos, ditam quem tem o poder.

E ditam o poder de dois modos distintos:

  • A possibilidade de utilizar a informação em nosso proveito;
  • Impedir ou evitar que utilizem essa mesma informação ou outra, contra nós.

Desta forma, proteger INFORMAÇÕES & CONHECIMENTOS é fundamental pois trata-se de proteger ativos fundamentais para nós e para as empresas, organizações e instituições que servimos.

Devido à sua crescente importância a Informação foi exaustivamente estudada nos últimos anos. Dependendo da sua aplicabilidade ou área de interesse sob a qual é estudada e analisada, criaram-se múltiplas teorias, definições e conceitos.

Resumimos, apenas, os mais importantes para a estruturação da análise da segurança da informação.

DADO – Fragmento da realidade composto pela menor unidade possível de ser apreendida pelos sentidos. Tomado isoladamente não estabelece um contexto ou assume significado próprio. Temos que ter em atenção que os sentidos são “enganosos” e que a nossa própria idiossincrasia interfere na perceção que temos da realidade. Por isso, e em especial no mundo dos negócios, nem sempre o que parece é!

A obtenção do dado depende muito da sua procura e de como é procurado. De modo que o dado seja o mais exato possível, temos de estruturar a sua busca, os métodos que utilizamos na sua obtenção e mesmo no seu armazenamento.

INFORME – Conjunto de dados compostos por situações, descrições, notícias ou observações que formam um relato ou previsão de um facto relacionado com o que se procura (Alvo). Apresenta significado próprio e baseia-se na Operação Intelectual de Formação de Juízo, pelo que estabelece uma relação entre ideias. Trata-se, afinal, daquele primeiro felling que temos sobre determinado negócio ou operação e que nada mais é que o nosso cérebro, instintivamente, a fazer uma análise de risco sobre a situação com que estamos a lidar.

INFORMAÇÃO – Constatação de um facto, presente ou passado, fruto da operação intelectual de Elaboração do Raciocínio pela qual a mente, a partir de 2 ou 3 Informes (Juízos) conhecidos, alcança outro mais complexo que dele decorre logicamente (Informação). É, afinal quando baseado em factos e observações, temos algo de, realmente concreto e exato (com as limitações óbvias do humanamente possível).

Toda a informação tem de deter as seguintes características: Confiável; Disponível; eÍntegra.

CONFIABILIDADEAs pessoas que acedem à informação e, principalmente, aquelas que tomam decisões baseadas nessa informação, têm de confiar nela.

DISPONIBILIDADEA informação deve estar disponível quando a mesma seja necessária, por quem tem necessidade e autorização de lhe aceder. Esta disponibilidade, assim como quem dela beneficia, deve ser determinada no momento da produção da informação com a sua devida classificação.

INTEGRIDADEA informação deve permanecer inalterada na forma original em que foi armazenada. Deste modo, deve-se criar um processo, tal como nos processos judiciais, de registo de custódia da informação, de modo a que, a todo o momento, se saiba, exatamente, quem acedeu, quando acedeu, se alterou, se enviou e para quem, etc.. A integridade da informação implica a estanquicidade a todos os fatores externos e o aviso imediato se essa estanquicidade for comprometida ou alterada.

O critério da INTEGRIDADE não pode ser confundido com VERACIDADE do conteúdo e do significado da informação. Uma informação pode ser imprecisa ou mesmo não verídica, mas deve permanecer integra (não sofrer alterações por parte de pessoas não autorizadas). No contexto da análise das Informações (Intell) não há verdades nem mentiras. Apenas boas ou más informações. E, como todos sabemos por experiencia própria, no mundo empresarial, muitas vezes, as “grandes informações” estão nas “grandes mentiras”.

CONHECIMENTO – Relações que uma determinada pessoa consegue estabelecer entre um conjunto de informações, apresentando um significado para essa pessoa em particular, sendo a sua “sofisticação” proporcional à complexidade das relações capazes de serem estabelecidas pelo indivíduo.

Neste aspeto a experiência na análise da interpretação e análise da informação é fundamental. Por isso, no “Universo” Empresarial a “experiencia” é um “estatuto” de valor altíssimo.

Os Séniors devem, sempre que possível, continuar a ser integrados nas esquipas, nos processos, missões e operações. A sua visão experiente, a sua perceção são recursos de valor incalculável. Foi precisamente assim, quase que por acaso que surgiu o Coaching quando os jovens, mas inexperientes empreendedores das empresas tecnológicas pediram “ajuda” aos velhos gestores da moribunda. Indústria transformadora norte americana no final do século passado, para os orientar no complexo espectro das Soft skills empresariais.

Simplesmente: informação é uma mensagem recebida e entendida. Existem muitos outros aspetos da informação visto que ela é o conhecimento adquirido através do estudo, experiência ou instrução. Mas, acima de tudo, informação é o resultado do processamento, manipulação e organização de dados numa forma que se soma ao conhecimento da pessoa que o recebe, tornando-a, assim, mais capaz de, em consciência e com maior probabilidade, decidir de um modo mais benéfico para os seus objetivos e interesses (e tal não significa, necessariamente, vencer ou obter vantagem).

E somente com conhecimento, o resultado final de todo este processo, se consegue tomar ações fundamentadas em mercados cada vez mais aguerridos, competitivos e exigentes, em especial quando envolvidos em processos de expansão e internacionalização.

 

Autor: Rui Costa e Silva